A perfeição. No momento. No instante. No instantâneo. A cor. O branco de asas sobre o azul de mar. O equilíbrio. O espaço. A tranquilidade agarrada no tempo. A perfeição. Porque ausente de humana perturbação? Não! Foi o olhar. Foi a máquina com séculos de aperfeiçoamento que serviu a sensibilidade capaz de captar a perfeição. No instantâneo, no instante, no momento. Só que. Só que o branco das asas se fecha no sobrevivente mergulho para a pesca do peixe. Só que o azul tantas vezes perde a tranquila serenidade e se agita e se revolve e se revolta até ao desastre, à catástrofe, ao caos. Só que a vida é como o mundo do poeta. Feita de mudança. Porque a vida não é (apenas!) a perfeição do momento, do instante, do instantâneo. A perfeição é humana invenção na procura do que não é e que queríamos que fosse. E por isso é! foto de Nuno Abreu legenda de Sérgio Ribeiro
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2 comentários:
Quando tudo é desânimo e grande frustração!
Leio este poema, contemplo a foto, estão com tal perfeição, sorriu de satisfação!
Parabéns!
GR
Mas que mar, Nuno!
É fenomenal a tua visão do real, onde a máquina aperfeiçoada é apenas um instrumento, que a outros, sem o teu engenho, de pouco serve.
E quando a essa capacidade de captar o momento através da imagem se juntam imagens linguísticas como as que Sérgio Ribeiro nos habituou a ler... Os sentidos despertam. Pena que o blog não nos ofereça o cheiro a maresia, que podemos, no entanto, imaginar.
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