Aos meus filhos
No dia em que partir de mim a vida
Gostava de ficar
Não somente na carne e sangue que te dei
Na cor do teu cabelo
Nesse jeito, tão meu, que tens de olhar
No seres meu filho e eu ser tua mãe
Gostava de ficar
Muito pr’além dos traços teus em que me reconheças
Recordações, imagens e vivências
Poemas sufocados em folhas de papel
No meio do teu nome, um nome igual ao meu
Gostava de ficar
Liberta enfim da luta de ter sido
O que sido tiver na vida que deixei
Ficar no teu amor, meu filho,
Não por mim
No teu amor à vida que te dei.
Gostava de ficar
Não somente na carne e sangue que te dei
Na cor do teu cabelo
Nesse jeito, tão meu, que tens de olhar
No seres meu filho e eu ser tua mãe
Gostava de ficar
Muito pr’além dos traços teus em que me reconheças
Recordações, imagens e vivências
Poemas sufocados em folhas de papel
No meio do teu nome, um nome igual ao meu
Gostava de ficar
Liberta enfim da luta de ter sido
O que sido tiver na vida que deixei
Ficar no teu amor, meu filho,
Não por mim
No teu amor à vida que te dei.
poema de Eugénia Cunhal
(proposto por Sérgio Ribeiro)
(proposto por Sérgio Ribeiro)
foto de Pedro Gonçalves
2 comentários:
soberbo!
A fotografia
o poema!
Para quê, as palavras?
GR
Enviar um comentário