legenda © Sérgio Faria
2006-06-30
foto&legenda # 111
legenda © Sérgio Faria
2006-06-29
Está mesmo ali ao lado
foto&legenda # 110
legenda © Sérgio Faria
2006-06-28
foto&legenda # 109
legenda © Sérgio Faria
foto&legenda # hors-série
legenda © Sérgio Faria
2006-06-27
foto&legenda # 108 (para geometria, iv)
legenda © Sérgio Faria
2006-06-26
foto&legenda # 107 (para geometria, iii)
legenda © Sérgio Faria
2006-06-24
foto&legenda # 106
legenda © Sérgio Faria
2006-06-23
foto&legenda # 105 (para geometria, ii)
legenda © Sérgio Faria
2006-06-22
FOTOLEGENDA - 46
E não se pode recorrer ao MB?, e não há via verde para esta portagem? Mas nem esta via, por mais verde que seja ou esteja, nos salva do purgatório das esperas em filas quando em dias trezes, sobretudo de Maio.
foto&legenda # 103 (para geometria, i)
legenda © Sérgio Faria
2006-06-21
foto&legenda #102
It’s easy if you try
No hell below us
Above us only sky, é provável que estas coordenadas mais não sejam do que hipóteses, sentenças a testar. Mas é também para isso, para ver, que há a vida e os olhos.
legenda © Sérgio Faria
2006-06-20
foto&legenda # 101
legenda © Sérgio Faria
foto&legenda # hors-série
legenda © 3ás
2006-06-19
foto&legenda # 100 (edição revista e melhorada)
legenda © Pedro Gonçalves
foto&legenda # 100
* “Lasciate ogne speranza, voi ch’intrate”, algo como “Deixai toda a esperança, vós que entrais”, é o nono verso do canto terceiro de Divina Commedia, obra escrita por Dante.
legenda © Sérgio Faria
2006-06-18
2006-06-17
foto&legenda # 98
legenda © Sérgio Faria
2006-06-16
FOTOLEGENDA - 45
… de vez em quando, há quem veja uma das mulheres junto à janela, olhando os verdes.
E sempre as figuras de mulheres que são os espíritos daquela casa têm um ar triste. Tão triste como a casa que habitam. Da casa que casa deixou de ser e que, de ser casa não parece ter ficado, noutros, memória. A memória que só aqueles espíritos-mulheres terão. A memória do tempo em que eram só mulheres e não o que hoje são: espíritos em figuras de mulher. Habitando a casa dos espíritos.
FOTOLEGENDA - 44
A casa dos espíritos. Ficou assim conhecida depois do abandono que gerações aprenderam a olhar como tão definitivo que nem do abandono ficou memória. Como se a casa não tivesse deixado de ser casa e sempre tivesse sido o que é. Ruína viva. Habitada
As portas tornaram-se espelhos paralelos, quebrados. Caleidoscópicos. E toda a gente cala o que eu sei e o vento me sussurra. Eu sei que para além do vento que, ao passar molduras, faz ranger velhas dobradiças sem uso e parte vidros, pairam por ali espíritos em figuras de mulher. Aparecem quando menos se espera, vindas do que foi uma sala e tacteiam, com o pé bem calçado, o chão do que outra sala foi. Como se salão de dança tivesse sido e ainda pudesse voltar a ser.
foto&legenda # 95
legenda © Sérgio Faria
2006-06-15
foto&legenda # 94
legenda © Sérgio Faria
2006-06-13
foto&legenda # hors-série
legenda © 3ás
2006-06-12
foto&legenda # 93
do Juventude Oureense, bis
legenda © Sérgio Faria
2006-06-11
foto&legenda # 92
do Juventude Oureense
legenda © Sérgio Faria
2006-06-10
FOTOLEGENDA - 43
JO
“Zé das Botas”
Aos anos que está no Juventude Ouriense, que em Ourém vive, já o consideramos nosso. De raiz. Embora as suas raízes, de que ele não abdica e que nunca esquece, sejam lá longe, em Angola.
É, por isso, o “nosso” internacional. Embora seja internacional por Angola.
Dá gosto vê-lo, rijo como pedras, veloz como plumas, estar em jogo e fazer parte desta equipa.
Está sempre a “ir para Luanda” porque isto e mais porque aquilo. E um dia irá. Teremos saudades dele. Mas, estamos certos, ele também terá saudades nossas. De Ourém.
N.A./S.R
FOTOLEGENDA - 42
JO
Tiago
Não jogou muitos jogos, nem muito tempo jogou nos jogos que jogou.
Mas quem acompanhou a equipa nos treinos sabe da importância que este jovem teve na qualidade de jogo que a equipa apresentou. Porque, nos treinos, foi sempre uma peça importante, mesmo muito importante. E os jogos ganham-se com o trabalho feito nos treinos.
Tem uma qualidade técnica e um estilo que chega a surpreender. Como todos os esquerdinos. Aquela mão esquerda!
Esta foi uma época de “crescimento”.
Temos hoquista. Temos homem!
N.A./S.R
fOTOLEGENDA - 41
JO
Nuno Silva
É um puto do hóquei oureense. Ou… é um puto oureense do hóquei.
Cresceu (e se cresceu!) a jogar hóquei no Juventude. Mas não cresceu só em centímetros, nem só como hoquista. Cresceu como estudante e como homem. Tanto que, às vezes, se pergunta se não estará responsável demais para a idade.
Todos os que percebem desta coisa de fazer girar uma bola preta com um aléu nas mãos e em cima de uns patins têm, para ele; uma frase e um ponto de exclamação: “o puto tem um grande potencial!”.
FOTOLEGENDA - 40
JO
Nobre
Faz parte da “mobília”!
Mas é um móvel… nobre.
É, como dizia Brecht, dos imprescindíveis.
Porque é dos que lutam sempre, dos que estão sempre onde é preciso que esteja um dos seus, que nós somos.
Aqui cresceu e aqui está. Pronto para ajudar. Indispensável para os treinos, jogando quando e se for preciso. Nunca deslustrando.
E não se pense que não tem posições e opiniões. Tem e di-las. Sempre com o mesmo espírito. Nobre.
N.A./S.R
FOTOLEGENDA - 39
JO
Bruno Aires
Irreconhecível?!
Mas é o Bruno Aires, a sapatar na bola. Vê-se logo que é ele, dirão os que disto percebem.
No hóquei, o equipar é um ritual. Para os do “miolo” é o calçar botas e patins, pôr canaleiras e outras protecções que a bola é maciça e bem rija e há, por vezes, sticks tresmalhados que mais procuram a perna mole que a bola dura…
Então os guarda-redes, os que ficam lá atrás à espera que elas venham à velocidade acima dos códigos, e se têm de confrontar com sticks no ar e outras confusões naqueles terrenos que, dizem…, são os seus, esses mais têm de se proteger. E parecem seres de outros planetas… Faz parte do espectáculo.
E o Bruno Aires, às vezes, é ele o espectáculo. Por isso, reconhecível por baixo das armaduras e máscaras.
P.G/S.R
2006-06-09
foto&legenda # hors-série
# 2.
Nas redondezas, num raio de quilómetros avantajado, nenhum daqueles calendários que estivesse publicamente visível tinha a página do mês de Julho. As pessoas aperceberam-se desse facto no dia em que nho foi substituído por lho e quiseram virar a página do calendário. Então, aperceberam-se também que o calendário não tinha a página do mês de Agosto. Comentando esta observação entre si, as pessoas julgaram ter havido um erro na produção de tais calendários e, durante o princípio do verão, disseminaram essa tese. Embora a tese parecesse plausível, um dia alguém aludiu a uma excepção, porque, numa pequena vulcanizadora ali perto, havia um calendário daqueles com a página do mês de Agosto. Curiosas, como se sentissem necessidade de confirmar o seu tempo, as pessoas começaram a fazer peregrinações à referida oficina, improvisando demanda. Ou um furo ou a verificação da pressão dos pneus ou o alinhamento da direcção do veículo, todos estes e outros motivos fizeram aumentar a clientela ali. Entretanto, aconteceu que todos os que demoraram mais o olhar sobre o calendário, prolongando a contemplação da mulher nele exibida, cinco ou seis machos orgulhosos da testosterona segregada pelos respectivos testículos – e que, perante a evidência, atreveram-se a soltar motejos ordinários do tipo ó jóia, anda cá ao ourives ou, com serrado sotaque do norte, trocando os bês pelos vês e vice-versa, pá, esta gaja é como um helicóptero, gira e boa –, apareceram mortos, em circunstâncias insólitas. Nada sugeria a existência de um padrão no conjunto de tais perecimentos, excepto um pormenor. Todos os cadáveres apresentavam escoriações e fracturas diversas, parecendo que as vítimas teriam resultado de atropelamento. No entanto, nas imediações de onde os vários corpos foram encontrados, não eram visíveis quaisquer marcas de travagem no asfalto.
legenda © Eliz B.
2006-06-08
foto&legenda # hors-série
# 1.
Ele contou-me todas as suas tristezas, as pequenas, as assim-assim e as grandes. Estes são alguns dos pormenores do seu caso. Dito-os para arquivo, para que, como sumário, constem do respectivo processo.
Há dez anos, ele apaixonou-se exactamente no primeiro dia de Junho, logo de manhã, quando mudou a página do calendário. Aquela era a mulher para a sua vida, sentiu e desejou ele, mais do que pensou. Em consequência, o seu primeiro acto de expediente naquele dia foi escrever um pequeno bilhete de atenção à mulher do calendário, bilhete que nunca mereceu resposta. Em esperança, ele manteve a página do mês de Junho à mostra até ao último dia de Setembro. A um de Outubro, desvairado por a sua paixão não ser correspondida, ingeriu uma dose exorbitante de barbitúricos e deixou o corpo deslizar, dormente, quase zombie, entre a marabunta da cidade. Caiu, sem amparo, convulso, no chão. Foi levado para o hospital. Aí, para além da intoxicação pela ingestão excessiva de comprimidos, diagnosticaram-lhe um ror de males de foro psíquico. Permaneceu internado e sob vigilância clínica apertada até ao final do ano passado. Quando regressou ao mundo, à ordem de fora, arranjou emprego numa pequena vulcanizadora. O seu trabalho é simples, desmontar e montar pneus de automóveis ligeiros, o que, afirma o seu patrão, ele faz com destreza. Todos os dias é o primeiro a chegar ao emprego. E desde o princípio do ano que o calendário junto ao seu posto de trabalho está na página do mês de Julho. Desta vez, dizem, ele apaixonou-se antes do tempo, não esperou pelos calores de verão.
fotografia 2006 © Merl Alas, Marcus Piggot e Pirelli
legenda © Eliz B.
2006-06-07
FOTOLEGENDA - 38
JO
“Manel”
Veio este ano da Marinha Grande, grande e irritantemente calmo. Mas é só na aparência.
Vai para os penalties como se fosse tomar um café e conversar com os amigos. E marca-os como se não fosse nada com ele. Mas é. E muito. Quando sai golo, explode. Quando não sai, ou melhor: não entra – o que raro acontece –, sofre por si e por toda a equipa. Mas sofre mesmo! Com um raro sentido da responsabilidade colectiva.
Possuidor de uma técnica apurada que dá gosto ver. É um “falso lento”. Pronto, é assim. Não se diz que nasceu para irritar a malta mas, às vezes, tanta calma a jogar irrita a malta. Noutras - muitas! -, dá grandes alegrias à malta. É como a vida. Feita de contrastes.
Parece que tem um “camarão” lá em casa à espera dos patins, mas os de Ourém querem que o “camarão” só tenha préstimo daqui a uns bons anitos.
FOTOLEGENDA - 37
JO
Gonçalo Favinha
Daqui perto, mas já há anos nosso, cá da gente. Com ele (e mais dois ou três), o Juventude Ouriense veio subindo os degraus da escada até chegar ao patamar mais alto.
Bem o agarram, bem o querem prender com golpes e “chaves” de outras modalidades “desportivas”, mas o homem tem artes de escapar a todas as amarras e inventa golos como só ele.
Com ele vivemos, também, outros desgostos e outras alegrias. Também os desgostos fundos e as alegrias enormes da vida que há para além do hóquei, da vida em que se morre e nasce em cada dia.
Este homem não é uma “fava”, é uma “prenda” no nosso bolo-rei.
foto&legenda # 84
legenda © Sérgio Faria
2006-06-06
foto&legenda # 83
legenda © Sérgio Faria
FOTOLEGENDA - 36
JO
Chinita
sempre interveniente.
Uma espécie de fiel da balança.
Antigamente, no hóquei, havia o 6º jogador;
Antigamente, no futebol, havia o 12º,
ou seja, havia quem não jogasse, quem não fosse olhado como responsável técnico, mas que era imprescindível.
No Juventude Ouriense de hoje, há o Chinita que, sendo aquilo que é – professor de educação física, hoje chamada motricidade humana –, se disfarça de preparador físico da equipa. Porque não prepara apenas o físico dos atletas.
Está lá! A ser cimento de uma equipa.
FOTOLEGENDA - 35
Cara fechada, preocupado (ele, preocupado?!).
O homem que vive o hóquei. Intensamente.
Que aqui chegou, determinado, teimoso, querendo provar, sobretudo a si próprio, que podia levar Ourém muito longe e acima. Foi logo o título de campeões da IIIª Divisão Nacional e não mais parou a subida.
Até esta subida que mais alto não se vê que se possa ir.
Não há números um, mas ele é um número um desta equipa do Juventude Ouriense.
2006-06-03
foto&legenda # hors-série
Gosto de super-heróis. Ao princípio só me inclinava para heroizitos plausíveis. Em pequena apaixonei-me pelo meu Edu, o Jaime Eduardo de Cook e Alvega, mais conhecido como major Alvega. Foi uma paixão não correspondida. Sofri muito por isso. A minha mãe diz que eu sou louca, quando refiro estas coisas. Que ele, o meu Edu, era apenas uma personagem e que eu devia ter juízo, para não me apaixonar por gente de tinta em papel. Mas a minha mãe sabe lá o que é paixão ou heroicidade. A minha mãe não consegue sequer ser ousada. Está sempre a dizer, tem cuidado, tem muito cuidado, filha. E lava a loiça com luvas, para não melindrar as unhas, diz ela. Tem cuidado, tem muito cuidado... Eu não quero ter cuidado. Quero aventura, rua, estrada, gastar as garras. Também cheguei a apaixonar-me pelo Mandrake. Com este, no entanto, foi uma paixão pequena, passageira. Logo, logo, porque o Mandrake andava sempre com o Lothar e quase nunca usava os músculos, desinteressei-me. E passei a outra divisão. Nada de Batmans ou Spidermans ou Supermans – sei que correcto é escrever Batmen ou Spidermen ou Supermen, mas quero escrever assim, errado, diferente. E passei a outra divisão mais cool e underground. Depois também isso passou. A minha mãe internou-me, fui injectada para deixar de viver dentro de uma banda desenhada. Resultou até agora. Já sou maior do que as drogas que me receitam. Filho da puta do psiquiatra!, incapaz!, venci-o. Mas finjo que não, que, mentira, são ele e as merdas que ele prescreve que me comandam.
Seja como for, eu quero sair daqui, estou à espera de oportunidade, e isso preocupa muito a minha mãe, porque suspeita que eu ando com a mania de voltar para dentro de uma banda desenhada qualquer, da qual, após, não vou querer sair. É verdade. Confessei-lhe agora, há pouco tempo, que conheci o super-herói da minha vida, o Lobinho Nódoa. Ao princípio a minha mãe assustou-se e exclamou ó meu deus!, outra vez!, não pode ser! Mas depois, cheia de esperança, como todas as mães, ela sugeriu que talvez fosse reminiscência das campanhas publicitárias na televisão ao Presto, o detergente dos glutões. Ou, então, do Noddy, aquela figurinha desprezível tipo Pinóquio que não mente e a que não cresce o nariz, criado por Enid Blyton. Um natal qualquer ofereceram-me um boneco desses. Teve um único uso, nas minhas experiências de voodu. Piquei-o todo, todinho, com alfinetes. Por isso descoseu-se e, um dia, ficou com as entranhas expostas. Esponja apenas. Deitei o boneco no lixo. A minha mãe não sabe. Julga que foi alguém que o roubou. Deitei-o no lixo porque não gosto de recordar o natal. Para além disso, o Noddy sempre me pareceu repelente. Todo cheio de cores garridas e com um guizo na ponta do barrete. Bá!, que nojo. Mas tornando às reminiscências, eu respondi à minha mãe que não podia ser. Não lhe falei do Noddy e do destino que lhe dei, para não suscitar suspeitas. Falei-lhe da publicidade. Disse-lhe que eu apenas recordo os anúncios à pasta medicinal Couto e ao restaurador capilar Olex. Também recordo o homem da Regisconta e a conversa toda do coelhinho que vai com o pai natal e o palhaço no comboio ao circo. Mas dos glutões não tenho memória. A minha mãe insistiu, disse que a origem do caso pode ser mais abaixo e complicada, escondida lá nos fundilhos, nas catacumbas do juízo, tipo Freud explica. Não sei. Talvez seja. Mas o que quero que tu saibas, ó querido diário, é que eu tenho um novo super-herói, meu, só meu, todo meu. O Lobinho Nódoa. Não direi a mais ninguém. E à minha mãe vou dizer que o que lhe disse foi invenção minha, brincadeira. Acho que sou capaz de a convencer. Agora vou rasgar esta folha, para, depois, ir ver se encontro o meu super-herói.
Lobinho, u-u, bilu, bilu, onde estás? Aparece, estou em perigo. Aparece, chamo-me Deolinda.
Ao mesmo tempo que surgiu um espectro na parede, ouviu-se um uivo. Ela nunca mais se viu.
legenda © Eliz B.
2006-06-02
FOTOLEGENDA - 34
Nasceu em Tomar pelos tempos de um Abril que abriu portas.
2006-06-01
foto&legenda # 79
legenda © Sérgio Faria