2006-06-27

foto&legenda # 108 (para geometria, iv)

É-se o que se vê, porque ser é estar com alcance sobre a distância, a paisagem.
fotografia © Volker Beinhorn
legenda © Sérgio Faria

6 comentários:

Nuno Abreu disse...

é-se o que se sente, não o que se vê. por vezes a óptica ilude-nos a distância e a paisagem, outras vezes deixamos nos iludir ou que nos iludam.
importa é não desiludir.

Anónimo disse...

conversa. é-se o que se vê, porque ver é sentir. e é-se também o engano pelos olhos. e iludir não faz mal, se se souber o caminho para a desilusão. ser é transitar entre a condição de alienado e emancipado, indo e vindo, vendo. para ver quem está e o que está à volta. se iludem, os olhos também desiludem. e dão um alcance ao corpo que nenhum outro sentido, salvo a imaginação, permite.

Anónimo disse...

Ver é sentir.
Mas não se é só o que se vê, pois há outros sentidos que dão um alcance (por exemplo) ao corpo, talvez até superior, do que aquele que a visão permite.

Anónimo disse...

do universo dos cinco, todos os sentidos acrescentam ao corpo. porém, nenhum lhe confere mais alcance do que a visão. alguns - o tacto e o paladar - porque os respectivos sensores exigem o choque do corpo com a matéria sensível. alguns - a audição e o olfacto - porque são sentidos de espectro curto, exigem proximidade. a visão alcança mais longe do que todos os outros sentidos. aliás, não por acaso depende de um dos elementos vitais precários: a luz. quanto ao que os sentidos, cada um por si, geram e despertam dentro do corpo, isso, é outra conversa.

Sérgio Ribeiro disse...

Boa!
Estou a gostar da conversa desembestada pela foto, pela legenda, pelo comentário do NA.
Há quem olhe e não veja, há quem veja e não sinta. Mas também há quem não veja e sinta.
Isolar os sentidos do corpo que sente é autopsiar em carne viva. Cada um de nós é um todo, corpo de que os sentidos são a ponte para os outros, cada um um todo. Todos.
Penso, logo existo, dizia o gajo lá das filosofias escolares.
Mas pode glosar-se. Por exemplo: sinto, logo sou. Ou, para fechar em consonância com a fotolegenda: vejo, logo sou o que vejo ou o que(in)vejo.
E... basta!

Sérgio Ribeiro disse...

Boa!
Estou a gostar da conversa desembestada pela foto, pela legenda, pelo comentário do NA.
Há quem olhe e não veja, há quem veja e não sinta. Mas também há quem não veja e sinta.
Isolar os sentidos do corpo que sente é autopsiar em carne viva. Cada um de nós é um todo, corpo de que os sentidos são a ponte para os outros, cada um um todo. Todos.
Penso, logo existo, dizia o gajo lá das filosofias escolares.
Mas pode glosar-se. Por exemplo: sinto, logo sou. Ou, para fechar em consonância com a fotolegenda: vejo, logo sou o que vejo ou o que(in)vejo.
E... basta!