Now is the time to follow through, to read the signs
Now the message is sent, let’s bring it to its final end *
Now the message is sent, let’s bring it to its final end *
Há madrugadas sempre a acontecer. A erosão das coisas, incluindo as coisas de pedra armada e montada, é o desgaste do acto investido na sua origem. Esse acto resiste através do corpo consumido das coisas. E resiste, enquanto sobra do tempo, sob a forma da decomposição desse corpo. Por isso, olha-se e vê-se, a memória é o destroço de um acto antigo. O que faz com que todos os corpos, mesmo os de pedra, morram como vestígios do acto que os erigiu. É isso a decadência. Porém, se há actos, outros, que sobrevivem, para quê, então, a memória? Para que os actos não se repitam apenas, esvaziando-se e apagando-se a si-mesmos pela recorrência. É que, sucede, em regime de amnésia as mãos tendem a não ter alcance de fundação. De redenção também não.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Sérgio Faria
legenda © Sérgio Faria
* versos da canção «A place called home», de PJ Harvey, incluída no álbum Stories from the City, Stories from the Sea (Universal Island Records, 2000).
1 comentário:
Mais uma! Estes "senhores gajos"!
Que foto! Que legenda! Tanto ponto de exclamação...
Mas já repararam, também, que os muros só entram em erosão, em ruina, quando ficam deshabitados, quando ficam vazios de gente?
Se calhar é como os homens que só entram em decandência, em ruína, quando perdem (ou baralham) a memória, do que viveram e do que foi vivido pelos outros.
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