Das ervas daninhas faço algas marinhas
emaranhadas em redes ao meu redor
que me impedem de semear para colher depois.
E o mar tão distante.
Trabalho a terra ao sabor das marés.
De cada semente roubo o sabor a sal
diluindo-o na terra que, debaixo de meus pés,
vai perdendo a fertilidade que se pensava universal.
E o mar tão distante.
Trabalho a terra com os olhos postos na água
que longe transforma desejos em inevitável mágoa
quando o trigo permite ter pão à mesa
mas os sonhos são matéria flutuante.
E o mar tão distante.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Carmen Zita
legenda © Carmen Zita
Sem comentários:
Enviar um comentário