Abre a palma da tua mão, noite, mostra-me as linhas da tua identidade, guia-me aí. Incendeia a solidão comigo, negro conta o teu negro. Somos todos sozinhos, a esta hora e às outras. Não consigo o fogo que trazes, não sei o martelo que te acende. Fúria, talvez. Não sei. O estrondo é primeiro, espécie de aviso. E depois é o lume riscado a raios ac/dc sobre o ébano nocturno, caçador high voltage de trevas. Não sei. A tua mão permanece fechada.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Sérgio Faria
legenda © Sérgio Faria
3 comentários:
Também associei esta foto às linhas da palma de uma mão.
Mas, uma pergunta, não é primeiro o "lume riscado", "espécie de aviso" e depois então o "estrondo"?
é, na natureza, lá fora. mas acho que não é na fotografia. não sei. aí, parece-me, primeiro é o barulho de carregar o botão e depois é o flash. mas admito que não seja. se não for, está tudo errado. e, por consequência, enganado. bem feito.
Eu estava a pensar na natureza, lá fora. Bem pensado.
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