2012-10-11

foto&legenda # 498 (por ser, por estar)

Existem menos labirintos, menos arquitectos da condição das coisas. É magnífica a sensação de abandono que daí decorre, a sensação maior que ela acorda, a irritação que vem também. A festa é o combate, pá, mesmo e ainda no fim. Um sorriso é quanto ainda custa o que sobeja e é necessário manter. Que não há alternativa - alternativas, então, nem falar -, soa ao recital do costume. Esse recital é como as orações da condenação, serve sobretudo para evitar que, em vez de se cantarem as vésperas e confirmar as certezas que elas permitem, se faça zapping para descobrir a realidade e o que a transforma ou pode transformar. Tem que viver-se até ao momento da morte para descobrir-se que a história não é obrigatoriamente e sempre a mesma. Isto não é uma crise de mênstruo. Há espíritos e corações que ainda batem alerta.
fotografia © Paulo Vaz Henriques
legenda © Sérgio Faria

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