
No que ainda têm de nosso, os dias dão para quase tudo. Podemos discutir raças de cães ou de zombies, contar anedotas, cheirar frutos, o perfume solto pelo calor, conversar sobre os últimos episódios de boardwalk empire ou de game of thrones. Deixa os amores para lá, a estação está turva. Para que há défice e défice do défice? Agora é hora de construir uma jangada, descer o rio, deixar os poetas, os que escrevem em excel e os outros, irem ao fundo, todos. Todos, mesmo que todos não sejam todos, mesmo que todos sejam menos do que metade, bastante menos do que metade, todos. Lembro-me todos os dias de Jack Bauer, a falta que ele me faz, dos versos
and everybody knows that you live forever
ah when you’ve done a line or two. Lembro-me do tempo em que as linhas pareciam linhas de comboio, traços brancos, riscos imperfeitos, e uma espécie de locomotiva os fazia desaparecer. A máquina galgava, trazendo certezas, conquistas, a primeira aspiração natural. O casino perdia, os bichos ganhavam. A vertigem não acontecia, o sistema repetia-se, funcionava. Olha, pegadas no tecto, pá. Os da raça do Astérix temem o mesmo.
and everybody knows that you live forever
ah when you’ve done a line or two. Lembro-me do tempo em que as linhas pareciam linhas de comboio, traços brancos, riscos imperfeitos, e uma espécie de locomotiva os fazia desaparecer. A máquina galgava, trazendo certezas, conquistas, a primeira aspiração natural. O casino perdia, os bichos ganhavam. A vertigem não acontecia, o sistema repetia-se, funcionava. Olha, pegadas no tecto, pá. Os da raça do Astérix temem o mesmo.