2006-12-08

*foto&legenda* # 223 (horizonte)

A lonjura apaga as coisas. A essa elisão acrescente-se o tempo derramado. Sobre a distância, o que resiste próximo vale como sinal. Porém, porque à distância não se sabe, para evitar ilusões ainda é necessário espreitar. Olha-se o que é fora, a rua, como se vigia da gávea. Reitere-se, a lonjura apaga as coisas. À distância não se sabe. Espreita-se. Para além disso, é necessário interpretar os presságios. Encontram-se, assim, o que já não se vê e o que virá. Às vezes as janelas são acessos a tal encontro. Também servem para defenestrar.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Sérgio Faria

1 comentário:

Rosa dos Ventos disse...

Belo enquadramento!