Dobram as horas inteiras, as meias e os quartos. Dobram as festas e o luto, no seu momento. Dobram a certos e a incertos, a exactos e a vagos, como apenas as máquinas dobram, com precisão. Dobram, fundindo a frio o ritmo do tempo, como forja que não antecipa ou demora os seus recados. E, por si, à soberania que repercutem para o que é próximo ou distante, os dobrados somos nós, obrigando-nos à rendição. O que significa que o teu tempo e o meu tempo não existem. Também já não podemos regressar.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Sérgio Faria
legenda © Sérgio Faria
1 comentário:
Belíssimo texto
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