
Há corpos que são apenas metáfora, porque são outros os corpos que lhe emprestam a forma. Daí a urgência de sofrer a sua geometria, de encontrar-lhe a raiz, de sentir-lhe a seiva, o plano, o fulgor. A memória não é suficiente para revelar o que uma forma é. A luz também não. Há, pois, que tocar essa forma quando concreta, cheia, tocá-la no modo que a desperta, ir para além do que é a sua superfície, ir para além do que é o seu volume. Há que tocar essa forma para recordar por onde, depois de guardado o segredo, se saiu. A natureza é mãe por esse toque, por esse encontro. O demais é apenas saída ou volta. E há-de ser húmus.
fotografia © Nuno Abreu
legenda © Sérgio Faria
6 comentários:
Por hoje, e porque por hoja nada mais posso dizer porque um nó me tolhe a garganta, uma lágrima me molha os dedos, excelente. Obrigado.
A Natureza deixou crescer a árvore.
Com olhar do Pedro, deu-se o milagre!
Um genuíno tronco, brotou um corpo de Mulher!
Só o Pedro conseguiu ver!
Talvez não seja milagre!
È o dom que o Pedro tem!
Pedro,
È genial!
Sérgio Faria,
Os seus textos sempre tão profundos,
É também um dom!
Os dois, estão de parabéns!
GR
A fotografia é do Nuno Abreu.
Delicadeza em palavras que acompanhando as belíssimas imagens quase de deixam tocar pelos nossos próprios sentidos mais imediatos.
Lindíssimas: imagens e palavras!
SJ
pois. o Pedro é bom rapaz. mas o Nuno também tem bons olhos. o que quer dizer que os gajos das polaroids facilitam muito a vida aos gajos dos textículos.
Nuno Abreu,
Peço desde já as minhas desculpas!
Conheço um pouco do excelente trabalho, do Pedro Gonçalves!
Não só pela exposição que tive o privilégio de ver, como também em post, que vai colocando nos blog’s!
Contudo, o Nuno Abreu é também magnífico!
Esta foto está lindíssima!
Mais uma vez, aceite as minhas desculpas!
A partir de agora, começarei a ter mais cuidado!
GR
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