Ninguém é mais do que passageiro, alguém que passa e deixa o rasto por que é perseguido. Olhando-se para trás revela-se o acumulado de destroços produzido por essa passagem, a paisagem pessoal, pronta e apocalíptica como a balsa da Medusa, vista desde o conforto interior de uma cápsula quase animal, quase máquina, quase aurora, porém apenas o que é, uma entidade outra por si mesma, instantânea, alegoria e caverna, com capacidade de conduzir-se inscrita em reflexos de retrovisor. Por cada fim que se esgota, inauguram-se outros meios que repetem o processo de crer-se que se crê. Consuma-se a possibilidade do que é impossível, abre-se uma porta, verifica-se se o veículo ficou estacionado sem ser à lavrador. Tudo o que ficou para trás não detém a perseguição, acrescenta-a. Não há destino que não seja continuação.