
Cada roca com seu fuso, cada terra com seu uso.
Cada vila (ou cidade) com os seus tipos típicos.
(Em França diz-se que
chaque village a son idiot… l’idiot du village, não no sentido pejorativo que idiota tem na língua portuguesa). Ourém é uma terra cheia de tipos típicos, o que quer dizer, como alguns dirão, traduzindo, que temos cá uns gajos que são cá uns cromos…
E se já aqui foram legendadas fotos de alguns dos que são emblemas (o que não quer dizer emblemáticos) da urbe, faltava o Conde.
Não o outro, o que repousa lá em cima na cripta monumento nacional e deu o nome a ruas e escolas, aquele a quem se dedicou um congresso, o que deixou de ser D. Afonso IV, Conde de Ourém – o que era incorrecto – para ser D. Afonso, 4º Conde de Ourém, o nosso Conde do século XV.
Pois estoutro Conde de Ourém é do século XXI e já vem do século XX.

Não ficará na História, não dará nome a ruas e a escolas, mas faz parte das nossas vidas. Dele há estórias aos molhos – melhor: aos litros! –, tantas que encheriam blogs – e almudes ou tonéis –, e dele temos a imagem simpática (por vezes feia…) de um vizinho que se perdeu na vida, ou que encontrou um modo de viver a vida que é muito seu, e que connosco convive, vizinhamente.
Este Conde é nosso como dele parece que todos somos. Sobretudo quando a dose “terapêutica” ultrapassa níveis que estão sempre altos.
Vivó Conde!
foto(s) de Nuno Abreu
legenda de Sérgio Ribeiro